(...)Um exemplo de crescimento suspeito é o de Ipecaetá, no interior da Bahia. De acordo com os números do Ideb, o município foi o que mais melhorou no país.
A julgar pela reação da secretária municipal de Educação da cidade, a melhora não foi fruto de grandes planejamentos: "Foi um impacto", diz Suedem Santana, que soube do resultado após receber o e-mail de uma amiga. "Quando vi o aumento, pensei: 'Não acredito'." É difícil mesmo acreditar. Em dois anos, Ipecaetá melhorou 147%. A nota saltou de 1,9 para 4,7.
Para justificar o aumento, a secretária elencou algumas ações: aulas de reforço escolar (começaram neste ano) compra de ônibus escolares (entregues neste ano), a reforma das escolas (nem todas finalizadas até o dia da prova) e uma ação do Judiciário que determina toque de recolher para crianças e adolescentes durante o horário escolar. Não é fácil entender como a ação de um juiz e algumas iniciativas da prefeitura - posteriores à aplicação da prova - poderiam ter dobrado o desempenho dos alunos em português e matemática.
A dificuldade em identificar as razões da melhora em Ipecaetá revela três problemas comuns a toda a rede pública - e que são de responsabilidade do governo federal. O primeiro é o ponto de partida para qualquer política de avaliação: a segurança da prova. Assim como aconteceu com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, a Prova Brasil foi aplicada por uma empresa diferente da que tradicionalmente fazia a avaliação. Uma das normas é que os testes devem ser supervisionados por pessoas de fora da escola, para evitar que os professores ajudem seus alunos. Na escola que mais melhorou em Ipecaetá, porém, os próprios professores aplicaram a prova. "Se isso ocorreu, foi irregular, e os dados podem ser contestados", diz o ministro da Educação, Fernando Haddad.
O segundo problema é a ausência de um diagnóstico mais preciso. As escolas recebem a nota média de seus alunos na Prova Brasil, mas não são informados sobre quais questões os alunos erraram. Isso seria essencial para orientar os professores sobre o que deveria ser reforçado. Também não dá para identificar as ações que eventualmente deram certo. Para contornar o problema, as Secretarias de Educação são obrigadas a criar outras provas. Arapongas fizeram um torneio de português e matemática. "Descobrimos que os alunos tinham dificuldade com frações e números decimais. Essa informação não vem no Ideb e é fundamental", diz a gerente de ensino Maria Tereza Delgado Siqueira.
O terceiro problema revelado pelo caso de Ipecaetá é um dos maiores nós da qualidade do ensino: a desigualdade entre escolas. A nota de Ipecaetá melhorou graças ao desempenho de apenas uma escola, que acabou puxando a média da cidade para cima. Foram seis unidades avaliadas: cinco tiveram nota na faixa 3 e só uma teve mais que 5. A média da cidade foi 4,7. Segundo um estudo do Todos pela Educação, entidade voltada à melhoria do ensino, a desigualdade entre escolas é um problema em todo o país. Muitos Estados e municípios que comemoraram bons resultados têm escolas com rendimento pífio.

Fonte: Revista Época / 18 de julho

Comentário:


Em 19/07/10, manoel lucio chagas moura <luciostudium@hotmail.com> escreveu: É uma grande piada estes numeros,o ensino aqui é uma tragedia,professores semi analfabetos,outros cursando o primeiro grau,outros nao terminaram o segundo grau,o caso Ipecaeta como esta citado,é uma grande fraude que tem de ser apurada,quem fez as provas desta escola que puxou os dados para cima, de ultimo lugar no Brasil no ano passado,para 4,7 agora,va nesta escola agora e faça uma prova o mais facil possivel,e veja o resultado.Vou repercutir o assunto na radio. vamos apurar esta farça.


09.08.2010, manoel lucio; Como falei no programa,aqueles professores que possuem o curso de magisterio,nivel superior,etc.Nao precisam sentirem-se magoados,a carapuça nao serve em vcs,e nao fui eu quem levantou o fato da desconfiança e sim a revista.




1 Comentários

  1. Senhor Manoel Lucio gostaria q vc provasse quais sao os professores seme analfabetos da cidade de Ipecaeta poes eu sou professora e tenho formaçao adquada para trabalhar e assim como todos os outros .aprenda usar as exeções.

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