Autoridades do Executivo, Legislativo, Judiciário e população em geral. Este foi o público da audiência pública para debater a possível implantação do Toque de Acolher na cidade de Paulo Afonso-Ba. Um dos resultados da audiência foi a provocação de debates a respeito do funcionamento da medida.
Das autoridades presentes na audiência, estavam a presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), Nartir Dantas, o juiz da Vara da Infância e Juventude de Paulo Afonso, Marley Cunha, do Tenente Coronel Antônio Rosário, da presidente da Ordem dos Advogados da Bahia, Isabel Cristina, do pastor Jânio Cardoso, presidente do Instituto Esperança, entre outras autoridades e lideranças, além da presença da população que foi intensa.

Apoio



Nartir Dantas "A AMAB apóia o trabalho e se coloca a disposição"

Conforme a presidente da AMAB, a portaria do Toque de Acolher é um trabalho grandioso. “A família está perdendo o controle, os filhos estão se afastando do contato da família. Considero o trabalho de Brandão como algo que apresenta resultados e vitorioso”, disse.
Também declarando apoio a medida protetiva, a presidente da Ordem dos Advogados da Bahia na cidade de Paulo Afonso, Isabel Cristina, afirmou ser favorável a medida. “A OAB abraça a causa e está aí para o que for necessário”, confirmou.
Além das autoridades do poder Judiciário, a reportagem deste blog também conversou com o pastor Jânio Cardoso que é ´presidente do Instituto Esperança, onde o mesmo afirmou favorável a medida. “Vejo que a família não é prejudicada pelo Toque de Acolher, observo que ela é uma portaria que devolve a responsabilidade aos pais de cuidarem dos seus filhos, pois se o pai o acompanha dentro de casa, a portaria vai alcançar seu objetivo. Vejo o toque também de outra forma, vejo como prevenção porque a família precisa e está necessitando do poder público e principalmente de Deus”, enfatizou o pastor Jânio.


Assessoria da Vara da Infância e Juventude


Comentário:

Prezado Dr José Brandão: com a devida licença e com todo respeito achei equivocado (por assim dizer) o post sobre a “sonora vaia” ao Presidente do Conselho Estadual da Criança e Adolescente (http://toquedeacolherbahia.blogspot.com/2010/09/plateia-lotada-profere-sonora-vaia.html). Acho (e é aqui é minha opinião como simples leitor e apreciador do blog) que não precisava falar que o outro tomou uma "sonora vaia" na audiência pública de Paulo Afonso. Isto é equivocado e é incitar a violência (qualquer forma de violência, principalmente moral) contra aqueles que são contrários à medida. Bons propósitos (como os da medida) não podem servir de mote para enxovalhar, humilhar e extirpar moral ou fisicamente aqueles que ou não vejam os propósitos como dignos de bondade ou são simplesmente contra algo almejado por estes propósitos tidos a priori como bons. Ainda que a medida seja boa (e eu a considero bem boa), é nitidamente antidemocrático e desrespeitoso ficar noticiando que a pessoa com idéias contrárias à medida foi apupada intensamente. Isto transmite, com a devida licença e com todo respeito novamente, uma mensagem de “superioridade vazia” por parte de quem noticia, como se todos aqueles que tivessem opinião contrária à medida merecesse a humilhação de apupos públicos. Isto gera desrespeito a qualquer ser humano que divirja de algo e que por isto mesmo merece, no mínimo, um pouco de consideração quanto às opiniões e argumentos dela (mesmo que eles sejam absurdos, tolos ou estúpidos). Democracia é debate de idéias: se os que “são contra” não podem falar sob pena de reação irracional da platéia, é melhor instalarmos de vez a ditadura... Bem. Para tornar a situação ainda mais complicada, o post não apresentou os argumentos contrários da autoridade que tomou as “sonoras vaias”: só disse que ele era contra a medida e, sem dizer os porquês da contrariedade, passou diretamente para os apupos da turba. Isto é, repito, antidemocrático e não incentiva o debate: o ideal era apresentar ao público às razões pelas quais a autoridade “vaiada” é contra a medida. Isto seria mais legítimo. Democracia pressupõe debate, contraposição de idéias e predisposição para ouvir os argumentos contrários com seriedade e consideração. Se não for assim, fica difícil construir uma sociedade civilizada: partiremos para a sociedade da força e é bom cada um ir catando logo seu porrete ou tacape para fazer valer o que deseja. Por favor, não leve meu comentário como uma crítica negativa ao seu trabalho ou a sua pessoa: não é isto, não, pelo amor de Deus. Só acho que o blog com bons propósitos e com nítida utilidade pública tem de ter mais parcimônia e resiliência com aqueles que não estão a favor da medida. Estes merecem, ao menos, um pouco de respeito, que fará bem tanto a eles como à democracia. REPITO: ISTO NÃO É UMA CRÍTICA À MEDIDA OU AO SEU TRABALHO; TAMBÉM NÃO ESTOU CHAMANDO A ATENÇÃO DE V. EXA. OU MESMO FAZENDO AS VEZES DE “CENSOR JUDICIAL”. Atenciosamente. E um forte abraço! Aragão




José Carlos

14/09/10 12h26m

Fui a Audiência e gostei principalmente da postura do Juíz José Brandão, aparenta uma pessoa humilde e que se faz acessível a todos, e questionou a participação social do Judiciário em questões relevantes para a sociedade. Sou AFAVOR do toque de acolher, MAS é necessário várias discursões com dados, com contraditório, com estudo da NOSSA realidade, sobre o melhoramento e o cumprimento das leis que já temos (o ECA). O caminho é muita discursão, principalmente ouvindo quem é contra e Por Quê? Realmente gostei dessa temática que coloca em cheque a FAMÍILIA, valores, a participação do Estado, da comunidade, uma reflexão do direito de IR E VIM para os adolescentes e crianças, e o FUTURO DE NOSSA GERAÇÃO. Gostei muito quando quem era contra disse as razões por discordar, pra mim quanto mais o circo pegar fogo é melhor pra um concenso. O Doutor Brandão deu um show de acessibilidade para nossos Magistrados. Eu pergunto agente combra do mesmo jeito que agente cobra o Executivo o Poder Judiciário em Paulo Afonso? Parabéns ao Pastor Janio pela iniciativa!!



Sandro Robson - Paulo Afonso

"Boa Noite. Meu nome é Sandro Robson, sou aluno do 6º período de Direito da FASETE, porém, entendo que o que mais me habilita a vir aqui falar é minha condição de pai. Ouvimos aqui o representates do executivo, legislativo, judiciário, conselheiros tutelares e agora vamos ouvir um pai.

Primeiramente, quero parabenizar V.Exa. pela iniciativa, pois, sempre ouvi em sala de aula que o judiciário é inerte e nunca concordei com isso. Não poderia concordar com o fato do Estado-Juiz verificar uma situação ali em sua frente e aguardar ser provocado para agir e o Sr. me trouxe a certeza que tinha razão em meu íntimo.
Alguém aqui falou em "cara-pálida" e isso me lembrou uma piada que diz que certa vez o Zorro e o Tonto estavam cercados por índios apaches no topo de uma montanha e vendo que não tinha mais pra onde correr, olhou para o Tonto e disse:
- Tonto, nós estamos ferrados!
E o Tonto prontamente virou pro Zorro e falou:
- Nós quem? cara-pálida...


É assim que eu vejo os discursos aqui proferidos. Todo mundo diz que precisa discutir melhor, que precisa ter mais estrutura, que vai ferir direito fundamental, etc. mas na hora que o Sr. chama para fazer algo e colocar em prática uma ação vem logo a resposta: veja só, não é bem assim...isso vai dar muito trabalho... e o que ninguém quer é isso:TRABALHO! Ninguém que foi contra a medida apresentou uma proposta sequer, apenas, foi contra!
Acho também que outro fator importante, é que o Sr. com essa brilhante iniciativa, provocou inveja e ciumes nos demais poderes por ter sido o judiciário, a quem incialmente não competiria tal ação, ter sido o responsável pela feitura do cumprimento de deveres inerene ao legislativo e, principalmente, ao executivo, que é o maior responsável por implementar as políticas públicas!
E quero por fim, pedindo que o Sr. me corrija se estiver errado, dizer que entendi pela medida, que as crianças não podem ficar sozinhas durante a noite DE-SA-COM-PA-NHA-DAS, não é isso?
Então eu pergunto aos senhores que são contra a medida: OS SRS. QUEREM QUE SEUS FILHOS MENORES FIQUEM SOZINHOS DE MADRUGADA NO MEIO DA RUA?
Muito obrigado!"


Atenciosamente,

Sandro ROBSON Leite Leal






1 Comentários

  1. Guarda Municipal

    Parabenizo a V.Exª José de Souza Brandão por esta bela inciativa, é uma realidade triste que precisa ser combatida, infelizmente esta geração tem invertido os valores e os princípios, sua explicação foi clara e objetiva a cerca do "Toque de Acolher", eu sou a favor desta medida, que visa a proteção destes menores. Acredito que nossa Instituição (A Guarda Municipal) pode ser útil a este clamor de uma sociedade justa e realista.

    GM Silva Santos

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