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24/11/2010 - 11h01

FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO

A empregada doméstica que assistia aulas com a filha de 14 anos em Fernandópolis (553 km de São Paulo) foi ontem à escola estadual José Belúcio levar a jovem, mas não precisou ficar ali.
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Na segunda-feira, a Justiça e o Conselho Tutelar entenderam que a garota "retomou a linha" e aceitaram o pedido da mãe, que disse precisar voltar ao trabalho.
No início de outubro, após decisão dos dois órgãos, a mulher de 36 anos passou a frequentar todos os dias a 7ª série. A intenção era corrigir a alta evasão escolar da menina, uma "medida extrema" depois que outras iniciativas não deram certo.
Mesmo com o curto espaço de tempo, o diretor da escola, Jefferson Quintanilha Coutinho, afirmou ter ficado surpreso com a melhora no comportamento da adolescente. Disse que ela faz "trabalhos de compensação de ausência" e pode passar para a 8ª série, a depender de decisão do conselho de classe.
Segundo o juiz Evandro Pelarin, da Vara da Infância e da Juventude, a mãe se comprometeu a levar e buscar a filha todos os dias. E a menina demonstrou consciência de que deve ficar na escola. Caso ela volte a faltar, é possível que a medida seja aplicada novamente, de acordo com Pelarin.
Depois desse caso, o Conselho Tutelar decidiu que outras duas jovens passassem a ser acompanhadas por responsáveis na sala de aula. O mais recente, definido há quase duas semanas, não foi seguido pela mãe, segundo o conselheiro tutelar Alan Mateus. Ele diz que pedirá ao juiz "nova orientação" para que ela cumpra a medida.
O município foi um dos pioneiros a adotar, em 2005, o "toque de recolher" à noite para menores de idade. Neste ano, adotou o "toque escolar", que permite a policiais e conselheiros tutelares abordarem jovens fora da aula.

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